terça-feira, 9 de abril de 2013

SANGRIA


Se esquece calado o dia inteiro
Implode em meu corpo esse amor derradeiro
Com a elegância de mil cavalheiros
E assim, gelado, é o meu sofrimento
Contendo a frieza de um velho guerreiro.

Sou forte e incerto
Sou filho do vento
Mas perco o controle dos meus sentimentos
Diante do sangue do nosso momento
Rebato, me escondo, sussurro e invento
Sou mais um escravo de tais pensamentos
E assim, gelado, é o meu sofrimento.

São cubos de gelo e pingos de sangue
Sangria maldita
Tinhosos instantes
E eu fico parado
Pensando na vida
Enquanto escorre, tão grossa e ativa
A lenta salmoura da minha ferida.

Coração palpita
Tamanho desdém
Quem nunca sofreu pela falta de alguém?
Com tanta desgraça que o mundo contém
A dor mais minada
É ter o desejo de quem não se tem
Parece facada
Instantâneo veneno
E assim, gelado, é o meu sofrimento.

Inúmeros medos
A perda do azul
Me sinto pequeno tão longe de tu
Me sinto com a vida de um passarinho
Tão curta e fraca
Tu és o meu ninho
Vem cá meu amor!
Não me deixe sozinho...

Só ele é capaz de tirar meu tormento
E até esse dia, lutando, aguento
Passando o frio desse "inverno" profano
E sempre dizendo: amor, eu te amo.

(ALVESDEMACEDO_rodrigo-PensamentosExilados)

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