sábado, 19 de abril de 2014

Algo em comum




A brisa que te toca a face
é a mesma que me envolve em solidão
é a própria que divaga em cada parte
desse pobre e singelo coração

Brisa infinita de um breve passado
de tempos moldados à nossa maneira
de olhares perdidos, de beijos achados
do nosso romance, nossa brincadeira
de quando eu achava que o nosso laço
seria o detalhe de uma vida inteira

E essa frívola brisa que hoje te abraça
é a mesma que revira minha dor na madrugada
é a própria que me traz os sorrisos e os afagos
que antes eram a mim direcionados
é o que me faz não conseguir te esquecer

Um sentir além do sentimento
é o que me resta dessa noite de alento

Perpetuo a vontade, o imenso desejo
e te vejo indo embora com a brisa que passa.



- Rodrigo Alves de Macedo